domingo, 2 de outubro de 2011

O sequestro do Santa Maria

Na sexta liguei para o meu amigo Ludenbergue Góes.

E aí, Góes? Quando será o lançamento de O sequestro do Santa Maria – um sonho de liberdade? Eu quero o seu autógrafo no livro... e também aproveitar a efeméride para encontrar um monte de amigos... e beber muito vinho!

Do outro lado, Góes soltou a frase que eu não queria ouvir: ah, Dirceu, eu não gosto deste negócio de noite autógrafos. Poxa, Góes, você tem mais é que fazer uma noite festiva para lançar o livro. Não gosto desse negócio – insistiu.

Bem, ao final do nosso papo ele se quedou: vou ver com a editora.

Góes querido, escrever um livro, conseguir uma editora e publicá-lo só tem graça se tiver noite de autógrafos. Faz parte. Você não tem como fugir. Mas enquanto não rola essa noite, vou antecipar aqui a pérola que você lapidou: o sequestro do Santa Maria. Muita gente não deve a mínima noção que sequestro foi esse. Entonces, segue um introito para aguçar a curiosidade de quem quiser saber como essa história terminou:

O sequestro do navio Santa Maria aconteceu na madrugada de 22 de janeiro de 1961. O transatlântico “Santa Maria” – um dos dois mais luxuosos navios de Portugal – navegava pelo mar do Caribe, levando a bordo mais de 600 passageiros de diversas nacionalidades e 350 tripulantes portugueses. O que deveria ser um alegre e tranquilo cruzeiro marítimo transformou-se numa epopeia que poderia ter mudado a história da península ibérica. Pelo menos era esse o objetivo dos sequestradores.

“A maior parte da tripulação e dos passageiros dormia. De repente, as duas portas da ponte se abrem ao mesmo tempo e dois grupos armados invadem a sala iluminada apenas pelos instrumentos de navegação, um a bombordo, outro a estibordo. Há um rápido tiroteio e, acesas as luzes, o terceiro piloto e o navegador estão caídos, gravemente feridos. Poucos minutos depois, o navio está nas mãos de um grupo formado por portugueses e espanhóis que pretendiam levá-lo, sigilosamente, para África e de lá iniciar um movimento para derrubar as ditaduras de António de Oliveira Salazar, em Portugal, e Francisco Franco, em Espanha.”

“Colocando os sentimentos humanitários acima dos objetivos políticos, para proporcionar assistência médica adequada aos feridos, os sequestradores alteraram a rota prevista, permitindo a sua localização e perseguição por navios e aviões de vários países.”

“A epopeia veio a terminar no Brasil, com a entrega do navio, mas, durante 13 dias, o “Santa Maria” foi notícia nos jornais de quase todo o mundo e a “Operação Dulcinéia” atingiu um dos seus objetivos, chamando a atenção do mundo inteiro para a falta de liberdade em Portugal e Espanha.”

Essa história poderia cair no esquecimento se o amigo Góes não se dispusesse a contá-la em todos os detalhes. Para saber como a história irá terminar, é só comprar o livro O sequestro do Santa Maria – um sonho de liberdade em alguma livraria ou esperar que o amigo ou sua editora (a Cia. dos Livros Editora) promova uma noite de lançamento para que a gente não só pegue o seu precioso autógrafo, mas, também, tome aquele vinhozinho e fique jogando conversa fora enquanto o amigo aguenta a fila que inevitavelmente se formará, mesmo contra a sua vontade.

Sucesso Góes!

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