segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ladrão que rouba ladrão...

O Assaltante Trapalhão de Woody Allen
O título de uma notícia publicada nesta segunda na UOL me chamou a atenção: Ladrão é assaltado enquanto roubava carro em Porto Alegre. Decupo aqui as cenas do inusitado assalto.

Cena 01: Um ladrão, munido de um 38, rende um casal.

Cena 02: Quando ele se preparava para levar o Ecosport, um Prisma escuro – também roubado – se aproxima e três homens armados descem e abordam o casal e o ladrão azarado: Bá che, perdeste!

Cena 03: O trio leva o carro do casal e, de quebra, o instrumento de trabalho do colega de profissão que, assustado...

Cena 04: Foge a pé.

Depois de ler sobre esse duplo assalto, lembrei-me do livro Mas Será o Benedito?, de Mário Prata. Nele, o escritor publicou expressões, provérbios e ditos populares. Uma delas a famosa: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

Prata conta que a frase é atribuída a Sir Francis Drake (1541-1596), cunhada durante a metade do século XVI. Apesar do "sir", era um grande pirata a serviço dos ingleses. Saqueava caravelas em pleno mar e desviava o roubo. Como as caravelas já levavam material roubado, ele inventou essa máxima para se eximir da culpa e limpar a barra da Inglaterra. Agia muito na América Central.

Lembre-me também de uma a cena hilária do filme Um Assaltante bem Trapalhão (Take the Money and Run, 1969), primeiro filme de Woody Allen – um falso documentário sobre a vida de Virgil Starkwell, de sua infância à prisão por roubo a banco, passando por sua educação moral e musical e seus problemas com mulheres.

Virgil/Allen e sua quadrilha planejam um roubo a um banco e quando entram e dão a voz de assalto, simultaneamente outra quadrilha solta o mesmo “é um assalto!”. A confusão do duplo assalto é resolvida com uma enquete feitas por Virgil com os clientes e funcionários do banco: “quem ser assaltado por minha quadrilha?” Noooooooo. “E pela outra? ”Yesssss”. Só mesmo na cabeça do Woody Allen.

Para finalizar este post policial, lembrei também das minhas aulas de latim na USP com o querido professor Mendonça. Ele adorava trabalhar frases e expressões com seus alunos.

Uma delas: Furem fur cognoscit ou o ladrão conhece o ladrão... Menos em Porto Alegre, mestre Mendonça, onde, pelo ocorrido, os ladrões de lá estão contrariando esse dito secular.

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