segunda-feira, 11 de abril de 2011

O mundo sem nós... no Bom Retiro

A natureza resiste no Bom Retiro
Em 2010, li o curioso O mundo sem nós, livro de Alan Weisman, professor associado de jornalismo da University of Arizona e especialista em livros científicos. O ponto de partida da obra é a premissa: o que aconteceria com o nosso planeta se todos os seres humanos fossem varridos de repente? Com a nossa ausência, o autor salta no futuro e vislumbra como a natureza destruiria – e em quanto tempo – tudo o que o homem construiu em milênios.

Embasado cientificamente, Weisman prevê, por exemplo, que grande parte da atual infra-estrutura do planeta começaria a ruir logo nos primeiros meses, pois esta exige muitas equipes para sua manutenção. Outro exemplo citado é o metrô de Nova York, que seria inundado no dia seguinte, pois os lençóis freáticos dos subterrâneos da cidade dependem de o homem apertar o botão para funcionar as bombas que impedem que isso ocorra.

Nas décadas seguintes, devido às intempéries, casas e edifícios comerciais desmoronariam e objetos banais como panelas de aço inoxidável poderiam durar milênios e o tormento dos plásticos que um dia o homem inventou permaneceriam intactos por centenas de milhares de anos, até que micróbios evoluíssem para consumi-los.

Nesta semana O mundo sem nós, veio-me à lembrança quando vi (e fotografei) a plantinha acima que insistiu em brotar no telhado de um prédio de quatro andares aqui no Bom Retiro, em frente ao edifício onde trabalho. Todos nós podemos imaginar como a semente foi parar lá, mas não como a planta conseguiu crescer naquele telhado tão inóspito e, sobretudo, como resistiu ao nosso verão de 2011, tão castigado pelo sol e pelas chuvas. Imagino como ela resistirá daqui para frente.

Se a plantinha estivesse no livro de Weisman, com o passar dos anos, se tornaria uma frondosa árvore e engoliria o edifício do Bom Retiro.

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