A FADA SAFADA |
Nesta semana a amiga Cristina me contou que o filhinho de uma amiga viu a máquina de escrever que a mãe tirou no fundo do baú durante uma arrumação num quarto das bagunças e soltou a pérola: “nossa mamãe, que legal! Onde está o monitor?”
“Filho, isso é uma máquina de escrever. Você coloca o papel aqui e vai datilografando”. “Nossa, que legal, mamãe! Não precisa de monitor e já vem com a impressora dentro.”
Esta história me levou à minha juventude em Aparecida. O nosso sonho era fazer um curso na Escola de Datilografia da Professora América. A gente imaginava que o diploma de conclusão daquele curso super concorrido, que durava três meses, abriria todas as portas do nosso futuro.
Eu fiz. Um amigo meu não acredita que teve até formatura com paraninfo, pompa e circunstância no Umuarama Clube. Dona América juntava todas as turmas que iam se formando a cada trimestre e promovia aquela festança coletiva no final do ano. Não sei em qual gaveta do meu passado ficou perdido aquele diploma, mas ele foi importante para conseguir o primeiro emprego: apostileiro de um cursinho pré-vestibular. Se hoje eu sou super rápido na digitação (com todos os dedos), devo ao diploma da Escola de Datilografia da Professora América.
ASDFG. Lembro-me que do primeiro exercício em que tínhamos que datilografar A FADA SAFADA, com uma tábua cobrindo o teclado da velha Remington.
Lembrei-me desta história ao ler hoje na UOL Tecnologia uma entrevista com David Bradley, o pai do Ctrl + Alt + Del. Ele é aposentado da IBM e durante 30 criou uma série de atalhos que a gente usa cotidianamente no computador e nem imagina quem perdeu horas pensando em como melhorar a nossa vida no mundo virtual. Quem quiser conferir é só clicar aqui: http://bit.ly/fNsHde.
Eu disse clicar! E tem mais: Ctrl + Alt + Del, undo, deletar, resetar... Quantas palavras tivemos que incorporar ao nosso dia a dia depois que saltamos da velha máquina de escrever para os PCs, MACs e Ipads. O filinho da amiga da minha amiga se encantou com a velha máquina de datilografia tanto quanto outra criança que viu a mãe fotografando numa máquina analógica e queria ver na telinha como havia aparecido no clic. “Filho, essa não dá pra ver. Tem que mandar para um laboratório para revelar”. Revelar? Que verbo esquisito!
A mesma amiga Cris do começo deste post contou uma ótima. O marido da amiga dela mantém uma loja de televisores usados em Itapecerica da Serra. Um senhor chegou para adquirir um aparelho usado e disse: “Esta televisão tem feição ou só proseia?” A amiga me disse que a dela está neste estado: só proseia, não tem feição. Por isso, neste final de semana ela vai levar o aparelho para um técnico, pois não aguenta mais assistir só o proseio do Jornal Nacional, sem as feições do Bonner e da Fátima.
PS: lembro-me de quando fui apresentado ao UNDO e fiquei encantado. Quando errávamos alguma coisa bastava dar um CTRL Z para voltarmos à ação anterior. Era tudo o que eu queria para a minha vida: uma tecla UNDO que eu pudesse apertar para corrigir os erros que cometi.
PS: lembro-me de quando fui apresentado ao UNDO e fiquei encantado. Quando errávamos alguma coisa bastava dar um CTRL Z para voltarmos à ação anterior. Era tudo o que eu queria para a minha vida: uma tecla UNDO que eu pudesse apertar para corrigir os erros que cometi.
Oi amigo do coração! Eu me lembro da escola e da importância que ela tinha para os jovens. Outro dia, em São Paulo, fui com minha filha ao Shopping Light. Diante de tantos andares, escadas e janelas ficamos imaginando, no século passado (aliás nós nascemos no século passado...) na década de 30, 40, quantas máquinas de escrever, quantas secretárias, quanto papel, carbono... quanta genta para fazer milhões de documentos. Depois mimeógrafos, copiadoras, impressoras...Acho que a criança que se impressionou com a velha máquina ia também achar engraçado o cheiro de álcool com carbono do mimeógrafo.
ResponderExcluirbjs
Teresa
Teresa querida, que gostoso o teu comentário. Tenho saudades do nosso tempo aí na terrinha. O Objetivo do blog é registrar as minhas lembranças, com muito humor. A propósito, confira no blog os dois posts que fiz sobre a montagem da Semana Santa com o padre Marino: http://dirceurodrigues.blogspot.com/2011/01/paixao-de-cristo-segundo-padre-marino.html e http://dirceurodrigues.blogspot.com/2011/01/lavo-o-sangue-com-as-maos-deste-justo.html
ResponderExcluirBeijos do Dirceu
Olá Dirceu! Eu sou um pouco mais novo, tenho 30 anos, mas quando era moleque meus pais usavam máquina de escrever também. As vezes levavam a máquina para trabalhar em casa (funcionários públicos dedicados), e eu adorava o som do "tléc tléc tléc...". Uma vez, meu pai foi categórico em dizer que não podiamos mexer nela, pois estava configurada de tal forma que ele precisaria usar mais tarde. Como bom moleque, desobedeci e mexi. Achei que ia me safar, mas esqueci a tinta definida na fita vermelha! rsrsrs..Resultado: o velho descobriu e ainda tomei uma boa surra! hauhau. Mas valeu a pena, pois o "tléc tléc" era muito bom de ouvir.
ResponderExcluirAbração