É "pur pididu" |
As malas já estavam prontas para o retorno ao Brasil depois de um ano de pós-graduação na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Cláudia e Paula resolveram pedir uma pizza algumas horas antes do embarque.
Elas se lembraram que havia sido inaugurada uma nova pizzaria no bairro e que estavam com uma promoção incrível: quem comprasse uma pizza ganhava uma coca-cola de dois litros. Como havia muitos amigos, Cláudia ligou e pediu duas pizzas e, consequentemente, achou que levaria os dois refrigerantes da promoção. Ledo engano.
Alô... é da pizzaria.
Pois sim.
Eu queria duas pizzas: uma de mussarela e outra de calabresa. Conforme a promoção eu ganho duas cocas, certo?
Não, minha senhora, a promoção é “pur pididu”, disse a portuguesa do outro lado da linha.
Cláudia insistiu: mas eu estou pedindo duas pizzas. Consequentemente tenho direito a duas cocas.
Não, minha senhora. A promoção é “pur pididu”.
Está bom. Então me vê uma pizza de mussarela e a coca da promoção.
Pois não, qual o endereço?
Cláudia desligou o telefone e ligou novamente: Alô... é da pizzaria.
Do outro lado a mesma voz: Pois sim.
Eu queria pedir uma pizza de calabresa e a coca da promoção. Pois não, qual o endereço?
Algum tempo depois as duas pizzas chegaram ao mesmo endereço acompanhadas de duas cocas... “pur pididu”.
A gente sempre ri quando comenta essa história e eu sempre me lembro de uma nota que li numa coluna de jornal daqui. Um brasileiro flagrou e fotografou um outdoor de uma campanha de um fabricante de sorvetes de lá: “Picolé só faz mal se você engolir o pau”. Genial.
Mas eu sou testemunha do serviço mais cartesiano que já vivi. Nos anos 80 eu trabalhava na matriz do Banco Itaú, na Rua Boa Vista. Quando eu perdia a hora, deixava para tomar o meu café da manhã na lanchonete que o banco mantinha no edifício somente para funcionários. O sistema dos “pididus” era por número e não havia no cardápio um correspondente ao meu predileto... queijo quente. Todos os dias eu fazia a graça com a garçonete.
Por favor, me veja um queijo quente! Ah, esse não tem. Então eu pedia um misto quente. Quando o sanduíche chegava, eu retirava todo o presunto. Repetia “meu pididu” todos os dias.
Com o passar to tempo, a moça foi ficando mais íntima e repetia com um sorriso cada dia mais largo: Ah, esse não tem... Ah, esse não tem. Ah, esse não tem. Ah, esse não tem... Até que um dia ela disse a frase mais incrível que eu pude ouvir naquela lanchonete:
Por que o senhor não pede um misto quente... sem presunto?
A frase quase me deixou atordoado e a ficha demorou alguns segundos para cair.
A frase quase me deixou atordoado e a ficha demorou alguns segundos para cair.
Pode? Sim, pode!
A partir daquele santo dia eu chegava e nem precisava pedir. A moça se adiantava: “o senhor vai querer um misto quente sem presunto?”
Simmmmmmmmmm!
Dirceu, adoro suas histórias engraçadas.
ResponderExcluirMisto quente sem presunto é a mais nova moda em Portugal, não sabia? Rs
Excelente! Delícia de humor...rs
ResponderExcluirExcelente! Delícia de humor...rs
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