Acabei de buscar o Diário de São Paulo na banca da esquina. Sabia que sairia uma nota sobre a exposição do Milo Manara, em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade até 11 de dezembro. A abertura foi no dia 18 de novembro com a presença o artista, que mais parecia um pop star. A fila de fãs saía pra fora da Oswald. Um deles me mostrou a passagem: “Olha, vim do Rio de Janeiro e preciso de um autógrafo do Manara.” Ele conseguiu, é claro, embora o artista houvesse cancelado a sessão de autógrafos, pois estava febril e muito cansado devido à maratona pelas terras brasileiras.
Fui direto para o caderno Viva e lá estava no alto da página uma bela ilustração com o título: Erotismo de Manara atrai curiosos em exposição. Depois de saborear a nota voltei para conferir o jornal inteiro. Porém, na página 18, parei. Veio o sobressalto. O meio ambiente perde um filho dizia o título acima de uma foto sépia de um sorridente Enrique Svirsky. Ele morreu na sexta-feira. Como soube só hoje... e desta maneira?
É claro que a partir daí as minhas lembranças se voltaram à Secretaria do Meio Ambiente de 1996, quando fizermos parte da equipe do secretário Fábio Feldman. Trabalhávamos em salas contíguas e o Enrique cuidava de um projeto chamado PROAONG. Ele era o canal das ONGs ambientalistas com a Secretaria. Durante três anos dividimos o espaço e os papos. Era gostoso conversar com este amigo uruguaio que nunca perdeu o sotaque. Ele tinha uma casa na charmosa Bombinhas, em Santa Catarina. Uma vez me emprestou e passei uma semana naquele paraíso.
Vi Enrique Svirsky pela última vez no SESC Pinheiros em setembro no espetáculo Corpo Vivo - Carrossel das Espécies, de Ivaldo Bertazzo. Conversamos rapidamente na saída. Percebi então que o amigo estava debilitado, mas não perguntei nada e ele também não falou sobre a doença, que só tomei conhecimento na nota de despedida do Diário de São Paulo.
Amigo Enrique Svirsky, deixo aqui neste espaço o meu adeus. Como sabiamente disse o título do jornal, o meio ambiente perde um filho, mas temos certeza de que este filho gerou muitos outros que continuarão a luta incansável pela preservação do meio ambiente, que foi a razão da tua existência.
Querido Dirceu,
ResponderExcluirTudo bem com vc? Depois de tantos anos, nos reencontramos mais uma vez. Acabo de ler sua bela homenagem ao Enrique Svirsky. Eu não sabia que ele faleceu. Aproveito para deixar o meu adeus ao Kiki.
Bjs
OI Neuza,
ResponderExcluirVocê viu que tristeza o Kiki. Como disse, fiquei sabendo pelo jornal e quase tive um treco. Horrível saber desta maneira. Lembro com saudade do nosso tempo aí na SMA.
Visite sempre o blog. Beijos Dirceu