O meu irmão Adilson tem uma coleção valiosa de Furos & Foras. Toda vez que ele me conta um novo a gente ri à beça. Sempre imaginamos encontrar uma maneira de publicá-los. Bem, acho então que a hora de partilhá-los é agora e o lugar, aqui no blog.
Tenho que começar com um dos campeões dos furos, no caso, literalmente, quase um furo. Adilson é regente de coral. Num dos ensaios, uma coralista japonesa, tímida como quase toda japonesa, chegou ao ensaio contando o absurdo que havia acontecido com ela. Tanto, que nem ela mesma acreditava que houvesse acontecido.
Lembram-se daqueles ônibus elétricos azuis enormes da CMTC que subiam a Rua Augusta? Eles tinham aqueles bancos laterais. Quem se sentasse neles ficava olhos nos olhos com o umbigo do passageiro em frente. Foi o que aconteceu com a japonesa. Só que o passageiro em questão era um senhor obeso, vestido com uma camisa bem menor que sua pança. Resultado: a camisa colada ao seu corpo revelou, entre um botão e outro, seu umbigo... porém, um daqueles saltados para fora.
O ônibus subia lentamente a Augusta às seis e pouco daquela tarde, enquanto os olhos da japonesa não conseguiam se descolar do umbigo saltado do fofo. Aquela visão passou a ser um sofrimento. De repente, seu cérebro enviou uma mensagem rápida para o seu indicador, sem que ela conseguisse dominá-lo. Ele foi direto par o umbigo do fofo: tchumm!
– Que é isso, menina? Ficou doida?
Ela ficou roxa, engasgou, pediu duzentas mil desculpas, se levantou, puxou a cordinha e desceu no ponto seguinte. Desceu, respirou e esperou o próximo elétrico. Chegou atrasada no ensaio do coral. Depois de sua história, quase não houve ensaio, ou melhor, o coral entoou a sua melhor gargalhada... em uníssono.
Mais um furo? Claudinha é a desligada da turma. Foi passar o feriado na casa de praia de uma amiga. Foi sozinha. Desceu na rodoviária, pegou um táxi, desceu com sua malinha preta com rodinhas e entrou toda sorridente na casa.
– Oi, tudo bem, sou a Cláudia de São Paulo (smack smack); oi tudo bem, sou a Cláudia de São Paulo (smack smack); oi tudo bem, sou a Cláudia de São Paulo (smack smack)...
Quinze minutos depois de ter beijado todos naquela sala aconchegante, perguntou: cadê a Paula?
– Paula? Em que quarto ela está?
– Quarto? Aqui não é a casa da Paula?
– Não, moça, aqui é uma pousada...
Embora me dê uma coceira, não vou contar outro hoje, senão vou me estender demais. Logo postarei outros. A coleção é imensa. Bem, quem tiver um furo ou fora legal para partilhar com a gente é só enviar que eu aumento a coleção.
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