sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Bandeira e eu desejamos um Feliz Natal

Fausto Padilha, com o Grupo de Teatro do Américo Alves
Estou em Aparecida para o Natal com a família e os amigos. Ontem à noite comemoramos o aniversário da mana Rose. Metade da cidade estava aqui na casa da dona Lola e os papos e a cantoria prosseguiram até a madrugada. Foi uma delícia reencontrar os amigos daqui, sobretudo o professor Fausto Padilha, que deu aulas para metade da festa, além de dirigir incontáveis quase futuros atores nas inesquecíveis montagens do grupo de teatro do Américo Alves. Foi inevitável evocar noite adentro as lembranças daquela nossa cidade dos anos 70 e 80.

Acabei de acordar e a chuva de ontem deu uma trégua. O sol veio iluminar este dia de véspera de Natal. Natal? Puxa é mesmo. Vim para o blog com o propósito de postar a minha mensagem para esta data tão especial.  Lembrei então do Bandeira. Ninguém melhor que o poeta para ser o meu porta-voz deste Natal de 2010.

Versos de Natal

Espelho, amigo verdadeiro,
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.

Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!

Mas se fosses mágico,
Penetrarias até ao fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta.

Manuel Bandeira (Lira dos cinquent' anos)

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