Chegaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
Eu eu meu amigo Apoenan Rodrigues no Pira, em 86. |
Por que me lembro desta cena nesta data? É que esta sexta-feira, 24 de outubro de 1986, também era o meu primeiro dia como gerente do Spazio. Começamos juntos. E eu, ao contrário daquele garçom, resolvi pagar para ver se realmente valia a pena ser “palhaço” naquele circo. Fiquei no picadeiro um ano e meio – tempo suficiente para fazer muitos amigos e colecionar histórias que pretendo lembrar aos poucos aqui no blog.
Ser gerente do Pirandello foi a decisão mais inusitada da minha vida. Segundo o proprietário Antonio Maschio – quando me fez o convite – eu encabeçava uma lista para ser o novo gerente do restaurante. Com um sim na quarta-feira anterior, passei de frequentador a gerente e por lá fiquei até abrir o meu bar, o Espaço Raissa, em 1988. Mas esta é outra história.
Em 2007, o outro sócio, Wladimir Soares, lançou o livro Spazio Pirandello, assim era, se lhe parece. Wladi contou muitas histórias, que não vou repetir aqui. Minha ideia é fazer um apêndice àquele livro, tentando resgatar algumas histórias que vivi no dia a dia como gerente, e que não estão no livro do amigo.
Uma delas é clássica. Uma psicóloga habitué jantava lá todas as noites. Seu ritual: pedia um Alexander. Vinte minutos depois, pedia outro. Somente então fazia o seu pedido para a cozinha. Um dia a doutora chegou um pouco estressada pediu o seu Alexander de toda a noite. Como sempre fazia, o barman Tadeu preparou na coqueteleira as duas doses ao mesmo tempo. O garçom Jorge levou o drink até a mesa, rodeada de amigos. Ela sorveu um gole, fez aquela careta e disse: está uma bosta! Jorge recolheu o drink, levou até Tadeu: a doutora disse que está uma bosta!
Tadeu, pacientemente, pegou o drink devolvido e entornou na coqueteleira onde repousava o segundo, preparado junto. Deu um tempinho, botou em um novo copo e Jorge retornou à mesa. A doutora levou à boca o “novo” Alexander e disse: agora sim, está ótimo. Passados 20 minutos, pediu o segundo, e lá foi o Jorge levar o mesmo drink parido de uma só vez.
À noite, no fechamento do caixa, rimos gostoso com a história que ficou entre nós, funcionários... até que caímos na besteira de contar para Wladimir Soares. Passados uns dois meses, a turma toda estava reunida, com a doutora ao centro, e Wladi resolve contá-la, como eu contei para vocês. Após as gargalhadas, a doutora se vira para o barman brandindo em alto e bom tom: Tadeu, seu FDP, eu pensei que você fosse a única pessoa séria neste bar.
As histórias são muitas, como o apelido mais rápido do oeste. O garçom Vasconcelos começou numa terça. No final da noite, virou Vasco e, no dia seguinte, da Gama. E assim foi até o fim. Era super simpático e muitos clientes falavam comigo: quero uma mesa na praça do "da Gama".
Que pena que aquele garçom do início desta história preferiu trabalhar no circo. Durante dois anos fui gerente, domador, mágico... e palhaço. Aquele circo mudou a minha vida.
Eu estive lá, com Maschio e Vlado, cantei, declamei poesia... What a wondefrul and small world.... Ronald Zomignan Carvalho
ResponderExcluirTá bem de conto, hein? rsrs
ResponderExcluirLuis Fernando V Roque
Dirceu, gerente de restaurante? Essa é novíssima pra mim. rsrsrs. Ótima história da doutora e seu habitual Alexander. Continue resgatando mais dessas :-)
ResponderExcluirabraço