terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Monumento Mínimo, chuva e Coreias

Monumento Mínimo, de Néle Azevedo
Ontem por volta das 18h30 saí do trabalho, no Bom Retiro, e caminhei até a estação Tiradentes do Metrô, sob o sol do horário de verão e um calor insuportável. Queria chegar logo em casa, pois lá pelas nove iria conhecer o novo atelier da amiga Néle Azevedo. Troquei de linha na estação Paraíso e segui até a estação Sumaré.

Na parada do trem na Consolação, entrou Beatriz que me deu aquele sorriso. Retribuí de imediato e começamos a conversar sobre onde iríamos passar o Natal e Ano Novo. Eu a ouvia, falava, e, lá no fundo dos meus chips, tentava encontrar o arquivo com a informação mais preciosa naquele momento: de onde é mesmo que conheço Beatriz? Bem, naquele momento eu ainda não sabia seu nome. Perguntaria uma hora depois da tempestade que nos segurou até oito da noite na Sumaré.

Isso mesmo, quando descemos na estação, um dilúvio com muito vento prendeu todos que ali desembarcaram por mais de uma hora. De repente não resisti e perguntei: qual é mesmo o seu nome? Beatriz. Meio sem jeito, emendei: de onde a gente se conhece? A jovem Beatriz estudante de design gráfico na Belas Artes abriu um sorriso bonito e disse: a gente não se conhece. Nossa, eu tinha certeza de que a conhecia de algum lugar. Continuamos proseando até que a chuva passou e cada um tomou o seu rumo. Ela embarcaria às 11 da noite para Maceió.

E eu... como já era tarde, fui direto para o delicioso e aconchegante atelier de Néle Azevedo. A amiga criou o Monumento Mínimo – projeto premiado em que ela expõe milhares de bonecos de gelo em espaços públicos, que vão derretendo lentamente até se liquefazerem. Em setembro de 2009, seus bonecos derreteram nas escadarias do Gendarmenmarkt, em Berlim, durante um protesto mundial sobre o aquecimento global. Sua arte ganhou a primeira página dos principais jornais do mundo. A artista realizou a mesma performance em países como a França, Itália, Portugal, Cuba, Alemanha e Japão.

Fiquei na festa até meia-noite, tempo em que conheci muitos amigos da artista, um deles o professor de comunicação Aidar. Cada um com sua taça de tinto que nunca ficou vazia, conversamos bastante sobre pessoas & histórias que temos em comum até que chegou Inês, outra amiga em comum e o trio repartiu outras histórias. Conheci também a super simpática gaúcha gremista Lu, que não parou de falar um minuto sequer sobre a derrota do Internacional para o Mazembe. Bá, che!

A anfitriã Néle não parou um segundo. Recebia quem chegava e mostrava com entusiasmo seu novo espaço no planeta São Paulo, de onde sairão as ideias para as performances no planeta. Hoje ela me ligou para contar mais uma novidade. Acabou de receber um convite para fazer sua performance na Coreia. Coreia do Norte? – brinquei. Não, a do Sul.

Pensando bem, Néle, por que não nas duas Coreias? Quem sabe, com a beleza do teu trabalho, você não conseguiria derreter o coração daquele maluco que dita as leis na do Norte, ao mesmo tempo em que provoca a do Sul?

Um comentário:

  1. Bacana Dirceu, aproveito este espaço para cumprimentar a Néle.
    Aliás, lendo sua cronica, e lendo o nome da Néle, me veio uma saudade enorme do Comandante, o querido Reynaldo...
    saudades do Reynaldo, saudade do Alung....saudades do Poquer, das nossas gargalhadas....
    bjs

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